Se a sociedade global não estivesse tão obcecada com as
aparências e com a ostentação de uma vida perfeita nas redes sociais, não
haveria espaço para o desenvolvimento de um filme como “Peles”. O primeiro
longa-metragem do diretor espanhol Eduardo Casanova escancara, de modo cruel e
pervertido, a lógica do mundo atual, que trata as diferenças entre as pessoas
como verdadeiras doenças.
Na película, tudo é exagerado e as histórias de
diversas personagens de corpos deformados se entrelaçam para chocar e nos
atirar em uma profunda zona de desconforto. Caso tenha estômago fraco, não assista nem o trailer abaixo:
“Peles” é recomendado para fãs de Tim Burton e Pedro
Almodóvar. O cuidado extremo com a maquiagem, a direção de arte e a trilha
sonora indicam que um novo talento do cinema autoral pode estar surgindo.
O universo insano do diretor também pode ser
conhecido em curtas como “Eat my Shit”, que inclusive antecipa a apresentação
de uma as personagens de “Peles”, ou do intenso e explícito “Na Hora do Banho”.
Comentários