Texto sobre o documentário “O Mercado de Notícias” de Jorge Furtado


Apesar de ter feito a faculdade, não gosto de ser chamado de jornalista. Prefiro me considerar um comunicador. Um profissional especializado em trabalhar com a palavra, o conteúdo e a transmissão da informação, ao invés de lidar com o factual ou a notícia em si, aquela que é a principal matéria-prima do jornalismo.
O início deste blog foi minha primeira experimentação nessa área. Depois, pela necessidade de sobrevivência, ingressei no trabalho formal da imprensa. Tive diversas experiências profissionais até retornar a essa autonomia. Refletindo sobre tudo que vi dentro do jornalismo até esse momento atual, tenho pensado muito em abandonar a área.
Tudo que está acontecendo me influencia para essa decisão, até o mais recente documentário de Jorge Furtado. O cineasta renomado analisa em “O Mercado de Notícias”, o jornalismo contemporâneo brasileiro com base em uma peça teatral de 1626, que leva o mesmo nome do filme. 


Indo além do estilo Michael Moore, em que o diretor como uma personagem se aventura em busca de respostas para suas inquietações, Furtado mescla as entrevistas com grandes nomes da reportagem nacional com cenas da da citada peça, com bastidores dos ensaios teatrais e cenas da própria produção do filme.
O resultado é uma das produções mais fantásticas do cinema brasileiro documental após a era Eduardo Coutinho. Tenho certeza que o filme me pegou de jeito pela minha relação com o jornalismo, mas também acredito que o exercício do questionamento dos padrões da imprensa e da própria linguagem cinematográfica já vale.
O pior é que a relação da peça com o cenário da mídia tupiniquim atual é extremo. Indispensável em todo e qualquer curso de jornalismo a partir de agora. Em breve, o filme vai estar disponível no site: www.omercadodenoticias.com.br, onde você também encontra muito conteúdo extra da produção. Excepcional!

Comentários

Gestor TI disse…
Muito boa dica!

Vou conferir.