Lendo o livro "Utopia e Paixão" escrito por Roberto Freire e Fausto Brito, me deparei com algumas frases que explicam bem o conceito de posse do outro, embutido na música que pode ser o próximo hino do carnaval brasileiro, como comentei alguns posts atrás.
Agora, leia você mesmo o trecho retirado do livro citado acima e veja como a política influencia a cultura e vice-versa. Pior que tudo acontece de maneira inconsciente até mesmo para os mais letrados...
"O autoritarismo pode estar escondido atrás de belas máscaras, sobretudo nas relações entre o homem e a mulher. As relações afetivas são perigosas. Podem ser, disfarçadamente, um poderoso veículo para o autoritarismo: quanto maior o 'amor', maiores as possibilidades de dominação, principalmente quando ele lubrifica as relações de dominação. (...) A família existe não só para garantir a reprodução da sociedade burguesa através da difusão do autoritarismo, mas também como correia de transmissão do suporte do capitalismo: a propriedade privada. O papel da família é tão forte neste sentido que seus membros acabam por se julgar proprietários uns dos outros. Adquire-se o mesmo medo compulsivo de perder o outro, menos pela necessidade do amor e mais pela 'tranquilidade psicológica' que ser proprietário (ou a propriedade) lhe dá. (...) Na família tradicional ocorre a institucionalização da chantagem. A chantagem é uma rotina do casamento."
É triste ver como o sentimento pode ser deturpado por questões sociais, mas é importante percebermos a maneira como isso afeta nossos relacionamentos. Para saber mais sobre esses e outros temas relativos aos problemas da sociedade e a necessidade de uma revolução individual antes da revolução coletiva, baixe o livro Utopia e Paixão clicando aqui.
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